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16 março 2012

Aceitação

Muitas coisas me preocupam, chegando a tirar meu sono nos dias mais difíceis, por exemplo, se o tratamento do pequeno deixará sequelas, se existem possíveis chances dessa doença voltar um dia, a necessidade de um transplante de medula, infecções ... Mas uma me preocupa mais que todas essas (talvez porque com relação a todas as outras estou bem tranquila de que não acontecerá), a cabecinha dele, o que esse tratamento já trás e o que ainda trará: medos, traumas, as consêquencias psicológicas ... Parece absurdo, mas para uma pessoa como eu, que sempre me preocupei em fazer dele um homem forte, corajoso, de muita fé, do bem, isso realmente é preocupante pra mim, além dos limites (rs).
Alguns dias atrás ele fez xixi na cama (só por uma semana, ufa!) e sim, isso é causado pela parte psicológica dele (palavras da médica), ele anda muito irritado, nervoso, questionando o tempo todo se ele 'já sarou', pedindo a todo momento para voltar para escola, pedindo seus amigos. O isolamento (tão necessário) é muito duro, chega ser cruel mesmo, ainda mais porque ele tinha uma rotina tão diferente, escolinha em período integral desde os 10 meses de idade por ex. Muitas pessoas não tomam os cuidados necessários para afastar uma infecção, dia desses uma pessoa chegou a brigar com marido, dizendo que a filha dele jamais deixaria de viver (sair, se divertir...), por causa do tratamento ... cada um segue aquilo que acha melhor.

E mesmo com tudo isso na cabeça, parece que ele que me dá forças em muitos momentos, ontem fiquei brava com ele e ele me disse:

- "Mamãe, não fica brava comigo, tem que ficar feliz, eu tô feliz, Papai do Céu não gosta que fica triste."

Sim, ele é feliz, é de uma alegria linda, talvez tanta preocupação seja desnecessária, afinal Deus sabe de todas as coisas, e meu esforço é grande ... Mas também tenho total consciência de que posso fazer tudo e o resultado não ser o esperado, preciso muito entender que não tenho controle sobre isso, só posso fazer a minha parte da melhor maneira possível. E eu busco isso com todas minhas forças.

Não tem como não bater todos esses medos, isso também faz parte do aprendizado, do amadurecimento e principalmente da aceitação ...

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